15/04/2021 22h30 - Atualizada em 08/05/2025 18h08 Por Emater Pará
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) inaugura em maio próximo o primeiro Laboratório de Solos do Estado, na Unidade Didática de Bragança (UDB), nordeste estadual, referência para as análises que ajudam, principalmente, à produção da agricultura familiar, mas também assegura contribuições ao setor agrícola estadual.
Deve haver uma prioridade para esses agricultores familiares, mas o laboratório será aberto a qualquer produtor. "A ideia é oferecer um valor diferenciado das análises, em torno de 40% mais barato que o valor de mercado, inclusive com possibilidade de fazê-las de forma gratuita para aqueles assistidos pela Emater", informa o administrador da UDB, Thessyo Nyrlando dos Santos.
O primeiro Laboratório de Solos do Pará, na Unidade Didática de Bragança, tem entre seus objetivos oferecer serviços a qualquer produtor
A sete quilômetros da sede do município, na PA-112, o laboratório de solos receberá as amostras a serem analisadas do próprio agricultor ou via correios. Dependendo da demanda, o resultado sai em duas semanas e poderá ser disponibilizado por e-mail.
A princípio serão ofertadas análises físico-químicas, de macro e micro nutrientes, de granulometria e físico-química do solo. Thessyo não descarta, no futuro, a possibilidade também de serem oferecidas análises foliares ou até análise de água.
"Nossa perspectiva é realizar de 50 a 100 análises por mês nesse primeiro momento, mas isso, de acordo com a demanda, pode se estender, até dobrar essa capacidade ou triplicar. Vai depender dos ajustes necessários para aumentar essa capacidade de análise", avalia o administrador da Unidade.
ESTRUTURA
Voltada ao uso sustentável do solo, a UDB possui uma área de 100 hectares, utilizada para encontros, reuniões, cursos, oficinas, palestras, intercâmbios, excursões e outras atividades, em apoio a instituições educacionais dos mais diversos níveis na área de ciências agrárias, além de um auditório com capacidade para receber até 60 participantes por evento e estrutura para acomodação.
Thessyo explica que, para o cultivo dos produtos no espaço, é importante a utilização sustentável do solo. Além do preparo adequado da terra propriamente dita, é preciso observar outros fatores, como a existência e preservação de nascentes nas proximidades. “É importante conservar o entorno da nascente. Na UDB, nós trabalhamos a curva de nível do solo para conter a velocidade de água que desce para a nascente e reaproveitamos madeira de árvores que caem para fazer barreiras de contenção da água”, explica.
Ações que impedem o carreamento do solo para a nascente – ou seja, que provocam grande quantidades de terra escoando para água – ajudam na umidade do solo. “A água fica acumulada em açudes, por exemplo, contribuindo para que ela se infiltre na terra e abasteça o lençol freático, continuando o ciclo da produção”, detalha.
O espaço desenvolve também trabalhos com rebanho bovino de leite; ovinocultura; cultivo de gliricídia (para produção de tutor vivo); compostagem e produção de humus de minhoca; meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão); implantação de Sistemas Agroflorestais (SAFs); cultivo de pimenta-do-reino; produção de mudas; recuperação de nascente e irrigação, e produção de mandioca e macaxeira. Reúne ainda dados meteorológicos, coletados desde 1977.
Texto: Carol Menezes (Secom)
Fotos: Veloso Júnior/Ascom Emater