Com o auxílio da Emater, produtores plantam o alimento que possui um repelente natural contra carrapatos
30/04/2020 15h39 - Atualizada em 16/11/2024 07h23 Por Aline Miranda
A aplicação de tecnologias tem alavancado o perfil sociocomercial de duas propriedades atendidas pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) em Bom Jesus do Tocantins, no sudeste do estado. Em três anos, de 2017 até hoje, a produtividade aumentou cerca de 60%: antes a média de ordenha diária por vaca era de cinco litros; agora chega a alcançar oito, até nove.
Na Fazenda Brasileira, no assentamento São Geraldo, na propriedade do agricultor Abdiel Macedo, a introdução de uma ração à base de raiz e folha de mandioca diminuiu, em seis meses, a infestação de carrapatos no rebanho em cerca de 70% e aumentou a produção diária de leite em um litro a um litro e meio por vaca em lactação - uma perda provocada pelo ataque da praga, que enfraquece e estressa os animais.
O projeto de silagem de mandioca, junto com dendê e soja, é uma parceria da Emater e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que adaptaram uma fórmula descrita pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Estudos no Brasil inteiro já indicam que o ácido cianídrico presente na mandioca possui um repelente natural de carrapatos.
“O agricultor passou a plantar mandioca na propriedade, o que baixou o custo da ração a quase zero. Vale ressaltar que a mandioca também tem um alto valor proteico” - engenheiro florestal Fernando Araújo. chefe do escritório local da Emater.
Pastejo Rotacionado e Crédito Rural
Já na Fazenda Riacho II, na Vicinal Cocal, do agricultor Eneias Fausto Leal Filho, Emater e Embrapa agregaram um projeto de capacitação em inseminação artificial para a família aplicar no próprio rebanho, pastejo rotacionado em cinco hectares (com dois módulos de capim braquiária e capim mombaça, além de 14 piquetes) e crédito rural da linha Mais Alimentos, com o Banco da Amazônia.
O crédito, no valor de R$ 140 mil, foi liberado em 2017 e propiciou a compra de 17 novilhas com melhor potencial genético e mais a implantação de um hectare de capineira para suprir a alimentação do gado no verão. O rebanho atual possui 25 vacas da raça girolando.
“É um conjunto de estratégias que gera resultado em médio e longo prazos. Podemos dizer que todo esforço compensa, porque ali estamos construindo bases sólidas, ainda que a visibilidade possa aparecer mesmo daqui a quatro, cinco anos”, estima Araújo.