Projetos da Emater injetam mais de R$ 2 milhões em extrativismo de açaí em Abaetetuba

Assentados e quilombolas são os principais beneficiários

06/11/2024 11h29 - Atualizada em 20/11/2024 04h34
Por Aline Miranda

Em 2024, por meio de projetos elaborados pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), 10 quilombolas e 55 assentados da reforma agrária das ilhas de Abaetetuba, na região Tocantins, dispuseram de um total de mais de R$ 2 milhões e 300 mil de crédito rural para manejo de açaizal nativo na várzea dos rios acarajó, ajuaí, costa maratauíra, da prata, itacuruçá, paruru, piquiarana, sapucajuba e urubeua. 

Cada família recebeu, em média, R$ 40 mil, pelo Banco da Amazônia (Basa). No caso dos quilombolas, o recurso é vinculado à linha Floresta do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Já os assentados acionaram a linha A.  

Um dos beneficiários é Alberto Campelo, de 66 anos, mais conhecido como “Eulito”, presidente da Associação do Assentamento Agroextrativista PAE Ilha Piquiarana Miri. Na casa que divide com a esposa, Sandra Cruz, de 62 anos, e com o primo José Augusto Silva, de 67 anos, açaí é em todo almoço e todo jantar: “Se a gente não tomar açaí, a gente fica fraco”, considera. O Sítio Campelo abriga 10 hectares de açaí. O produto abastece a mesa da família e também é vendido para uma fábrica de processamento. 


"A Emater é uma importância e uma amizade. Nós valorizamos muito a parceria. Com o crédito, por exemplo, conseguimos estruturar a atividade, expandir as áreas. Nossa ilha já conquistou muito recurso", relata.

De acordo com o chefe do escritório local da Emater em Abaetetuba, o técnico em agropecuária e gestor ambiental Elias Melo, especialista em Direito e Agronegócio, em 2024 a Emater intensificou o crédito rural no município para manejo de açaizal, devido ao grande potencial da atividade: “Existe um volume expressivo de recursos disponíveis para áreas de assentamento federal. É uma forma de fortalecer a socioconomia do município, o dinheiro circula de ponta a ponta, das ilhas ao comércio, e o agricultor conquista renda”, diz. 

A previsão da Emater é liberar até o fim do ano mais 38 projetos de crédito rural para quilombolas e assentados extrativistas de açaí, totalizando mais cerca de R$ 1 milhão e 900 mil, também com o apoio Basa.