Projetos da Emater de agrofloresta recuperam natureza e geram renda em Melgaço

Duas propriedades são exemplos bem-sucedidos de como é possível aliar lucro e preservação ambiental

29/07/2020 15h36 - Atualizada em 20/11/2024 10h13
Por Aline Miranda

Projetos de sistemas agroflorestais (safs) do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) em Melgaço, no Marajó, vêm recuperando áreas alteradas de pequenas propriedades e gerando renda para agricultores familiares. 


Os safs são sistemas produtivos nos quais se consorciam, no mesmo espaço de floresta, várias culturas de importância econômica, alimentar, cultural e ecológica. A partir de tratos específicos, intervenções controladas e cálculos, as espécies passam a se relacionar com vantagem mútua, em termos de nutrientes, solo, clima e sombreamento.


“Não há na atualidade exemplo mais prático de produção sustentável do que o saf. É uma alternativa socioeconômica e ambiental que considera tanto as necessidades do agricultor, de uso e de consumo, como as necessidades da natureza, de preservação e diversidade”, pontua o chefe do escritório local da Emater em Melgaço, o engenheiro florestal Milton Costa.


Em dez hectares do Sítio Santa Maria, no Km 1 da Estrada Melgaço-Janguí, o agricultor Benedito Viegas (mais conhecido como “Bené”) há mais de cinco anos combina o plantio de açaí, banana, coco, cupuaçu, goiaba, hortaliças, laranja, limão, macaxeira, pupunha e tangerina.

Por mês, são 300 kg de banana, 600 maços de cheiro-verde e 200 kg de polpas de frutas, entre outras colheitas.

Com o apoio da Emater, a maior parte da produção abastece diretamente o município, na forma de merenda escolar e de suporte a entidades assistenciais, por meio dos Programas de Alimentação Escolar (PNAE) e De Aquisição de Alimentos (PAA). 

Os contratos anuais de Viegas com os mercados governamentais se baseiam em propostas formuladas com o assessoramento da Emater e representam para a família um faturamento anual de mais de R$ 25 mil. 

Já na propriedade de José Ailson Dias (de apelido“Lela”), também na região da Estrada, o trabalho da Emater se intensificou em agosto do ano passado, com plantio de açaí, abacaxi, bacuri, banana, cupuaçu, graviola e hortaliças em dois hectares. 


“A ideia é assegurar renda significante e o ano inteiro para o agricultor, com impulso no ecossistema e escalonamento de safras”, resume Costa.