O projeto vem promovendo meios e fins viáveis e responsáveis de extração e beneficiamento de borracha na região desde 2022
28/02/2024 13h03 - Atualizada em 21/11/2024 20h41 Por Aline Miranda
Foto: Divulgação
Com o projeto Marajó Sustentável de Reativação dos Seringais Nativos do Marajó - “Marajó Sustentável”, lançado pelo Governo do Pará, no ano de 2022, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão do Estado do Pará (Emater) nos municípios de Anajás, Breves, Gurupá, Melgaço e Portel vem promovendo meios e fins viáveis e responsáveis de extração e beneficiamento de borracha. Com isso, pelo menos duas mil famílias destes cinco municípios protagonizam geração de trabalho e renda, inclusão socioeconômica e preservação ambiental.
Por meio de capacitações, distribuição de kits com ferramentas, acesso a crédito rural, difusão tecnológica e parceria com a sociedade civil e a iniciativa privada, o processo tende a reparar histórica e ecologicamente a memória de exploração da agricultura familiar e da própria natureza na Era de Ouro Branco na Amazônia, do fim do século XIX ao início do século XX. A iniciativa toda faz parte do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Seringueira no Estado do Pará (Proser), coordenado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap).
Segundo o supervisor regional da Emater no Marajó, o sociólogo Alcir Borges. especialista em Gestão Pública e Sociedade, a perspectiva é de uso múltiplo da floresta, em uma tríade de ponto-de-partida que abrange açaí, óleos essenciais e agora látex: “Marajó é gigante em todos os aspectos: florestal, hídrico, marítimo. Somos uma terra de riquezas e de oportunidades. Quem vive na Amazônia é quem conhece a realidade da Amazônia, e esta realidade vem sendo favorecida com políticas públicas, sustentabilidade e continuidade de tradições”, diz.
Crédito Especial
Nos dias 27 e 28 de fevereiro (terça e quarta), as equipes da Emater em cada município participam de mais uma etapa do Marajó Sustentavel: a comitiva liderada pelo diretor técnico, Rosival Possidônio, reúne-se com representantes do Banco da Amazônia (Basa) na matriz daquele Órgão, em Belém, para alinhamento de frentes especiais de crédito rural, e visita a fábrica Poloprobio (Polo de Proteção da Biodiversidade e Uso Sustentável dos Recursos Naturais), em Castanhal, no nordeste paraense, a fim de conhecer novidades científicas no tratamento de borracha.
Uma das tratativas com o Basa é a disponibilidade de um crédito especial para seringueiros, de até cerca de R$ 18 mil por “estrada” (extensão contínua de 100 árvores), somando-se custeio e investimento. A proposta da Emater é que, com o inpicio da liberação de recursos entre março e maio, cada família envolvida gerencie no mínimo uma “estrada” e, no máximo, três, na respectiva propriedade.
“Essas árvores já existem, são remanescentes do Ciclo da Borracha, digamos que foram utilizadas pelos avós das famílias de agora e se encontram adormecidas, sem uso e sem funcionalidade produtiva, por isso demandam levantamento, diagnóstico e inventário, os quais se constituem fases do Projeto”, explica Borges.
Texto: Aline Miranda/Ascom Emater