Foco é mais conforto doméstico e sistema de irrigação para goiaba
28/10/2024 07h54 - Atualizada em 20/11/2024 11h54 Por Aline Miranda
Em Dom Eliseu, na região do Rio Capim, o casal Manoel José da Fonseca, de 69 anos, e Elenir Barbosa, de 53 anos, é a primeira família de agricultores do município a instalar energia solar na propriedade, agora no fim de outubro, por meio de projeto de crédito rural elaborado pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater).
O investimento de pouco mais de R$ 54 mil tem cobertura da linha Mais Alimentos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com contrato com o Banco da Amazônia (Basa).
O objetivo principal é suprir, a baixo custo, a demanda de eletricidade de um futuro sistema de irrigação para os quase dois hectares de plantio de goiaba “paluma” no Sítio Arapoca, na Colônia Paraíso: com abastecimento contínuo de água a partir de um poço artesiano, a fruticultura deixa de depender da safra natural e oferece colheita o tempo inteiro, dobrando a produção, atualmente de mais de 37 toneladas por ano.
“Penso assim, no sentido de que água é vida e que luz é vida: junta e a gente consegue melhorar muito o serviço e por consequência a renda. Em vez de uma safra de goiaba, a gente vai ter duas. E que Deus abençoe, porque não falta comprador pra goiaba, não falta mercado”, calcula Manoel, para quem a expectativa é pagar bem menos de conta de luz por um resultado superior.
“Aqui a energia é ruim, é péssima, é fraca. Chega a desligar seis vezes durante a noite. E a gente precisa de energia para tudo na sobrevivência, inclusive dentro de casa”, diz.
Além de goiaba, a família trabalha com mamão "papaya", soja e mandioca.
A previsão dos especialistas da Emater é que a tecnologia fotovoltaica também reforce o fornecimento doméstico - geladeira, freezer, ventilador, ferro-de-passar-roupa: “São dois aspectos importantes: o da estruturação da atividade produtiva, com o sistema de irrigação permitindo expansão e mais produtividade, e o de mais qualidade de vida para a família, em um dia a dia mais confortável e seguro em termos de acesso à eletricidade”, pontua o chefe do escritório local da Emater em Dom Eliseu, Raimundo Salazar, técnico em agropecuária.