Com apoio técnico da Emater, comunidades geram mais lucro e protegem o solo de erosões
03/03/2020 16h21 - Atualizada em 01/12/2024 13h22 Por Emater Pará
O técnico José Ernani, da Emater de Conceição do Araguaia, e o produtor João Pires
A diversificação na produção da agricultura familiar é uma forma de diminuir o risco de insucesso, além de proteger o solo de erosões e trazer mais lucros ao produtor. No município de Conceição do Araguaia, no sudeste paraense, muitos agricultores possuem propriedades em áreas de assentamentos, com cerca de 5 mil deles cadastrados na Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) e regularizados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Esses agricultores se dividem em dois grandes grupos: bovinocultura (corte e leite) e a fruticultura (com destaque para o abacaxi, banana, acerola, cajá e tamarindo). O produtor João Pires planta laranja, arroz, mandioca, milho e caju, sendo este último o carro-chefe. A parceria da Emater também tem feito a diferença no dia a dia dos agricultores locais.
A propriedade de João Pires possui uma área de quatro hectares com inscrição no Cadastro Ambiental Rural e também Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), cujo documento viabiliza acesso a políticas públicas para a agricultura familiar, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). O acesso ao Pnae, inclusive, é o próximo passo do agricultor, que pretende comercializar a polpa do caju para escolas do município.
“Como o que prevalece aqui na minha propriedade é a plantação de caju, vou investir na comercialização da polpa e também da castanha, inclusive vou aumentar a área de plantio para colher mais frutos. O importante é que posso contar com o apoio da Emater, que me orienta sobre todas as etapas do processo, inclusive no acesso a políticas públicas” - João Pires, agricultor.
A partir do Pnae, o produtor vai poder ofertar os alimentos produzidos em sua propriedade para escolas do município. O programa do Governo Federal repassa a estados, municípios e escolas federais, valores financeiros para a compra de merenda escolar, sendo que desde 2009, a partir da Lei nº 11.947, 30% do valor são direcionados à compra direta de produtos da agricultura familiar.
“Estou me preparando para isso, quero avançar, vou comercializar através do Pnae, porque a demanda é grande”, comenta João Pires. O valor dos alimentos oferecidos à merenda escolar é com base no preço médio do mercado local.
Foto: Emater / Newton Rosa
Renda – Para o técnico em agropecuária José Ernani, da Emater de Conceição do Araguaia, com a diversificação da produção, o produtor tem renda durante o ano todo. “Isso faz com que ele não perca mercado, tendo o que comercializar: quando não tem o milho, tem a laranja. Além disso, cria porco, galinha e pato”, explica. O técnico comenta, ainda, que outros produtores da região começam a investir nesta modalidade de produção para garantir mercado e renda.
“O produtor João tem gerado boas perspectivas para agricultores da região, ele é um exemplo”, finaliza. A moradora Maria Cirqueira, da Chácara Nova Vida, também do município, reforça a importância da Emater para os moradores da região. "Sempre que a gente precisa de orientação sobre abertura de covas, adubo e podas, por exemplo, os técnicos estão disponíveis. A parceria é muito boa", garante a produtora, que tem criação de galinhas e patos.
Os agricultores locais contam com o suporte da Associação Vale do Araguaia, que ajuda a desenvolver e incentivar o trabalho rural no município de Conceição do Araguaia. Criada em 2003, possui 107 agricultores filiados que trabalham, em sua maioria, com fruticultura, hortaliças, criação de aves e peixes. “A Associação trabalha em parceria com a Emater para proporcionar mais acesso de serviços aos produtores para que eles aumentem suas produções”, disse o presidente da Vale do Araguaia, Pedro Silva.
Por Rodrigo Reis (EMATER)