Extensionista da Emater lança livro sobre assentamento em São João do Araguaia

A técnica em agropecuária, ela própria assentada, Raimunda Maria Silva é lotada no escritório local da Emater em São João do Araguaia. O livro "Agricultura Familiar e as Estratégias de Manejo dos Antigos Castanhais no Pará" (Editora Fross) diz respeito ao assentamento Castanhal Araras, o mais antigo do sudeste paraense. 


Foto: Acervo Pessoal/ Raimunda Maria Silva

01/07/2020 11h10 - Atualizada em 22/11/2024 21h37
Por Aline Miranda

O assentamento de reforma agrária mais antigo do sudeste do Pará, Castanhal Araras,  em São João do Araguaia, criado em 1987, é tema de um livro publicado este ano pela técnica em agropecuária, e ela própria assentada, Raimunda Maria Silva, do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) naquele município. 

O Assentamento conta mais de 30 anos e protagonizou o processo oficial de “colonização da Amazônia” da década de 80, junto com o ciclo da castanha-do-pará na região. Hoje em dia, é morada de 92 famílias, cujas principais atividades são fruticultura (açaí, acerola, cupuaçu) e pecuária leiteira. 

A obra Agricultura Familiar e as Estratégias de Manejo dos Antigos Castanhais no Pará (Editora Fross) - disponível tanto impresso, quanto digital - é uma versão adaptada da dissertação de um mestrado em Dinâmicas Territoriais e Sociedade da Amazônia, área interdisciplinar (2018) da Faculdade de Ciências Agrárias de Marabá (FCAM) Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). 

Em mais de 100 páginas, a abordagem trata de movimento migratório, perpassa questões como caracterização edafoclimática e apresenta dados e análise sobre êxodo rural, perfil socioeconômico dos agricultores, exploração degradante dos antigos castanhais e as estratégias produtivas de sobrevivência dos assentados que permanecem: a destacar, preservação ambiental e diversificação das atividades nos lotes. 

“No sudeste do Pará, o extrativismo predatório é predominante, com várias frentes de exploração. Digamos que, como resultado, formam-se uma teia e uma dinâmica nas quais tudo acontece ao mesmo tempo e de forma rápida, com alta volatilidade. A região também é palco de disputa de projetos políticos que são interpretáveis como distintos: o agronegócio e a agricultura familiar -  duas forças que se repelem e se enfrentam de modo constante na disputa de terra”, pontua a Autora.

Ela ressalta a amplitude de fatores e personagens: “É uma fronteira agrícola complexa: indígenas, posseiros, madeireiros, mineradora, fazendeiros e especuladores”, enumera. 

Mais de 200 exemplares do Livro já foram vendidos no Brasil e na Europa. A compra é possível via pelo menos cinco plataformas virtuais. Já o impresso será lançado em evento presencial em Marabá pela Editora, assim que a pandemia do novo coronavírus terminar. 

 

A autora 


Silva é extensionista da Emater desde 2009 e vive no Araras a contar dos primórdios da ocupação: os pais saíram do Maranhão para Marabá, onde ela nasceu em 1984, e três anos depois, em 1987, fixaram-se no Assentamento, já na zona rural do município vizinho.

Autodenominada “amazônida”, cursou o ensino médio e técnico em agropecuária na Escola Agrotécnica Federal de Araguatins - To (Eafa). 

Possui duas graduações: Licenciatura em Matemática (Faculdade Albert Einstein - DF) e Tecnologia em Gestão Ambiental (Centro Universitário Leonardo da Vinci - Uniasselvi - Marabá). 

Além de mestra, é especialista em Perícia e Auditoria Ambiental (Centro Universitário Internacional - Uninter - Marabá). 

Pela Emater, já trabalhou com regularidade no Assentamento, via convênios com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Atualmente o atendimento é pontual, conforme demanda. 

“A importância da Emater na história do assentamento é decisiva. No início da ocupação, por exemplo, foi a Emater quem intermediou doação e incentivou plantio de mudas, além do apoio às organizações sociais”, aponta. 


Serviço: o e-book “Agricultura Familiar e as Estratégias de Manejo dos Antigos Castanhais no Pará” pode ser adquirido pelos sites www.edfross.com, www.clubedeautores.com.br, www.perse.com.br e www.bubok.pt. A versão impressa autografada pode ser adquirida diretamente com a autora, pelo whatsapp (94) 99303-0594 e pelo e-mail ramarias888@gmail.com .