Emater promove intercâmbio sobre produção de milho em Marituba

Alimento possui um cultivar mais resistente, rústico, e com bom potencial produtivo

18/09/2020 10h50 - Atualizada em 15/11/2024 00h16
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Atividade ocorreu na propriedade da agricultora Maria Leocádia Siqueira Foto: Veloso Júnior/Ascom Emater

Há 40 anos trabalhando com agricultura familiar e 20 recebendo orientação direta da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), a agricultora Maria Leocádia Siqueira, em Marituba, comunidade Boa Vista, na Grande Belém, plantou e colheu, em pleno verão amazônico, uma variedade diferenciada de milho: a BRSol da Manhã, cultivar mais resistente, rústica, e com bom potencial produtivo. A experiência deu tão certo que a agricultora recebeu, na manhã desta quinta (17), em sua propriedade, outros produtores da região para o ‘Intercâmbio da Cultura do Milho Cultivar BRS Sol da Manhã’. 

A agricultora e outros 30 produtores do município receberam sementes da cultivar, no início de junho, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), ação que contou com a parceria do escritório local da Emater. Leocádia plantou em julho e iniciou a colheita no início deste mês. Por conta da pandemia, a agricultora recebeu orientação técnica de forma virtual. 

“Foi tudo por aplicativo de mensagem, eu mandava as minhas dúvidas para os técnicos e eles me apresentavam soluções sobre tratos culturais, capinação e irrigação, por exemplo,” explicou Maria Leocádia Siqueira.

Produtores da região conheceram de perto o plantio do milho BRSol da Manhã Foto: Veloso Júnior/Ascom Emater

No intercâmbio, agricultores da região conheceram de perto a experiência dela com o plantio do milho BRSol da Manhã, e puderam se atualizar quanto a práticas de plantio, escolha de área, preparo de solo, semeadura, seleção de sementes e controle de pragas e doenças. Além do bom potencial produtivo, a cultivar reúne características de boa tolerância às adversidades climáticas, como excesso ou falta de chuvas ou variações de temperatura; resistência ao acamamento; quebramento do colmo e tolerâncias às pragas e doenças.

“Tudo isso contribui para uma produtividade maior. No caso da Leocádia, ela ainda utilizou adubação orgânica e, em 70 dias, começou a colher o milho. Foi uma experiência que deu certo e a semente de boa qualidade contribuiu para isso”, comentou Alda Remédio, engenheira agrônoma e chefe do escritório local de Marituba. Ainda de acordo com Alda, a agricultora agora recebe apoio para comercializar a produção “não só do milho, mas também das hortaliças que cultiva em sua propriedade”.  

Em outra oportunidade, a agricultora já foi contemplada com projeto de crédito via Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). 

Sementes da cultivar foram entregues, em junho, pela Sedap Foto: Veloso Júnior/Ascom Emater

Maria Leocádia Siqueira considera como ‘gratificante’ receber agricultores em sua propriedade para mostrar sua relação com a agricultura familiar. “Criei meus filhos trabalhando diretamente com a produção de hortaliças folhosas e frutíferas. Já fui beneficiada com projeto de crédito viabilizado pela Emater e isso contribuiu significativamente para o aumento da minha produção. Espero que o intercâmbio funcione como incentivo para que outros agricultores da região repliquem o trabalho desenvolvido em minha propriedade, especificamente com a experiência do milho BRSol da Manhã”, explica.

Para Lucas Vieira, secretário adjunto da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), “ações de intercâmbio, dia de campo e feiras, são importantes porque promovem a troca de conhecimentos, de ideias e de experiências exitosas, contribuindo ainda mais para o desenvolvimento da agricultura familiar no estado do Pará”.

Participaram da ação, Edna Santos, coordenadora do Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae) em Marituba e representantes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento da Agricultura, Aquicultura, Abastecimento e Pesca (Sedap).