“A Emater melhora minha vida e a da comunidade”, diz jovem agricultor de Maracanã

Morador da Vila Novo Progresso é atendido pela Emater desde 2009

19/09/2024 10h45 - Atualizada em 30/11/2024 14h10
Por Aline Miranda

À frente do Sítio do Fiel, em Maracanã, no pólo Guamá, Diemirg Teixeira, de 36 anos, diz que o atendimento do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) tem ajudado a melhorar a vida rural como um todo.  “É uma questão de saber, conhecer e receber as políticas públicas. A Emater é um caminho que dá certo, faz a ponte e instrui, torna apto no amplo sentido”, resume. 


Panoramicamente, o agricultor considera que o impacto começa individual e depois se expande para o coletivo, em relação às 104 vilas campesinas do município: “Circulo muito pela região porque sempre joguei futebol, então fiquei conhecido pela bola. Com o tempo, também estou ficando conhecido como agricultor, com resultados significativos de renda e de produção.  Posso afirmar que em cada comunidade existe pelo menos uma pessoa com história de impacto positivo pela Emater, assim como minha história é”, calcula. 

Solteiro, sem filhos, Teixeira conta com o apoio da Emater desde 2009. Hoje usufrui do sexto crédito rural a partir de projeto do Órgão. Em agosto, por meio de um Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) da linha Custeio com o Banco da Amazônia (Basa), no valor de pouco mais de R$ 20 mil, comprou um tratorito, inovação que transformou o dia a dia, do plantio à colheita. Segundo o beneficiário, com a máquina agrícola, em substituição a carroça com animal de tração, o trabalho braçal diminui em mais de 85%. Os recursos serviram, ainda, à aquisição de adubo orgânico e de bombas e tubulações para irrigação. 

 “O que a gente levava uma semana pra fazer agora a gente faz em um dia.  O que precisava reunir três pessoas agora só uma basta. Fora que dá pra mexer de noite, carregar. O nosso tratorito é usado por mais cinco, seis famílias. É o xodó da galera”, empolga-se. 


As famílias que compartilham o mecanismo são todos parentes vizinhos, como tios e primos, já que o Sítio do Fiel é desmembrado de um terreno de herança. O endereço, Vila Novo Progresso, na Travessa Santa Maria do Caripi, no cruzamento da rodovia PA-220, de apelido “Transmaú”, é estratégico para o acesso a três municípios limítrofes: Igarapé-Açu, Magalhães Barata e Marapanim.  Ali ao lado, na Vila Santa Maria do Caripi, existe inclusive um porto informal, às margens de um braço do Rio Caripi. 

Na propriedade, os oito hectares harmonizam várias atividades diferentes: açaí, banana, cacau, mandioca e hortaliças. Uma das estratégias de diversificação é a de sistemas agroflorestais (safs) e a atualização sobre técnicas e tratos, a exemplo de irrigação e espaçamento. 

“A proposta de plantar tudo junto, este consorciamento, não só aproveita a totalidade da área, como recupera o ambiente e multiplica as fontes de faturamento e lucro. Antes da Emater, eu usava de verdade, no máximo, 40% da propriedade. Na atualidade, é o espaço todo em atividade. De 2023 pra 2024, eu me vejo tendo dado um salto”, analisa. 

O avanço a que o agricultor se refere tem a ver, também, com a emissão dos cadastro ambiental rural (car) e cadastro nacional da agricultura familiar (caf) pela Emater. Os documentos representam o acesso preliminar a direitos do setor agrícola e fundiário, tais quais a possibilidade de se fornecer para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Por mês, do Sítio do Fiel saem 300 quilos de macaxeira, 200 quilos de banana e 60 quilos de farinha d’água, para abastecer sobretudo instituições socioassistenciais de Maracanã.

“O mercado governamental é o melhor que existe para o agricultor familiar: pela garantia de comercialização, pelo preço justo e pela valorização cultural”, defende. 




Tecnologia

Para o chefe do escritório local da Emater em Maracanã, Djavan Ulisses Farias, técnico em agropecuária, Diermig Teixeira é uma referência e uma força jovem: “Um trabalhador interessado, com mentalidade de empreendedor, que faz questão de se informar, de incrementar, de acrescentar, de questionar. O serviço da Emater não é impor, é trocar conhecimento. A tradição, a experiência e a sabedoria empírica não concorrem e nem se anulam com a contribuição científica: complementam-se.  Nós ensinamos e aprendemos em nível mútuo”, indica. 

O especialista destaca o papel da tecnologia no contexto da juventude rural: “Internet é uma ferramenta indispensável ao desenvolvimento sustentável. A informatização escancara portas. É uma oportunidade de informação, de comunicação imediata, de canal de negociação, de prospecção de mercados e de mobilização social”, conceitua. 



Texto: Aline Miranda

Fotos: Divulgação