Emater em Pirabas contribui para acesso de agricultores a aposentadoria rural

Rosemare das Mercês, de 56 anos, trabalha na roça desde criancinha. “Com cinco anos eu já acompanhava a minha avó. Com 8 anos já sabia fazer farinha”, lembra.  

O esforço físico árduo e a exposição ao sol intenso de décadas nas lavouras de arroz, mandioca, maxixe, melancia e milho acumularam-lhe mais do que a história de vida: também hipertensão, problemas na coluna e reumatismo.

“Hoje eu cheguei aonde eu deveria chegar. Contribuí muito e realizei muito. É o momento de descanso”, diz, planejando horas livres para se dedicar à igreja evangélica da qual é devota: “Ali é meu lazer”, define. 

Moradora da Vila de Nazarezinha, em São João dos Pirabas, no Rio Caeté, a agricultora acaba de receber o cadastro nacional da agricultura familiar (caf) emitido pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater). Com o documento, que registra a atividade temporal exclusivamente no campo, ela poderá dar entrada no pedido de aposentadoria rural ante o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). 

A emissão de caf é uma atividade regular da Emater em todos os 144 municípios paraenses. O Cadastro é requisito obrigatório para o acesso preliminar a quaisquer políticas públicas do segmento da agricultura familiar, inclusive aposentadoria rural.

Demandas

Em Pirabas, só em janeiro a equipe da Emater vem atendendo a uma demanda imediata de pelo menos 40 cafs direcionados à aposentadoria rural. 

“O papel da Emater é também o de efetivadora de políticas sociais na ponta. É o conceito de ‘extensão rural’, inclusive. Atuamos tanto na informação, conscientização, mobilização, quanto na parceria e fortalecimento das organizações sociais, como associações de produtores e colônias de pescadores. O caf é uma porta de direitos para a agricultura familiar”, aponta o chefe do escritório local da Emater em São João de Pirabas, José Jorge Raposo, técnico em pesca e aquicultura e gestor empresarial.