Emater e prefeitura incentivam a pesca sustentável de camarão em Ponta de Pedras

Iniciativa assegura assistência técnica e o repasse de um matapi diferenciado às comunidades Benfica, Rio Fábrica, Santana do Arari e Rio Canal

27/02/2024 13h28 - Atualizada em 18/11/2024 08h03
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Foto: Divulgação

A pesca sustentável de camarão no município de Ponta de Pedras, no Marajó, está recebendo incentivo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) e da Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Agricultura e da Secretaria de Pesca, juntos, os órgãos públicos desenvolvem o Projeto Matapi Pari, beneficiando 54 famílias das comunidades Benfica, Rio Fábrica, Santana do Arari e Rio Canal.

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O Projeto compreende a entrega gratuita de matapi pari para as famílias, pela prefeitura, e o acompanhamento dos pescadores com assistência técnica e extensão rural pela Emater. O Projeto Matapi Pari foi idealizado pelos órgãos e formalizado por meio do Termo de Cooperação Técnica entre Emater e a Prefeitura, com objetivo principal da reeducação ambiental em relação à reprodução do camarão.


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O matapi tradicional é um artesanato de captura do camarão feito com tala de palmeiras e cipó ou corda para fazer a amarração. A diferença entre o matapi e o matapi pari consiste no espaço da amarração das talas, a prática interfere diretamente na forma sustentável da pesca do camarão.


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“A principal diferença é a abertura, o espaço entre as talas. O matapi comum é estreito e não passa nada entre elas, uma vez que o camarão entra, ele não consegue mais sair, já no matapi pari não, as talas são mais afastadas e com isso os camarões pequenos conseguem sair da armadilha, o que garante a perpetuação da espécie”, explicou o chefe do Escritório de Ponta de Pedras, Martinho Morinaka.

O camarão capturado pelos pescadores é o Macrobrachium amazonicum, uma espécie nativa, conhecido popularmente por camarão-da-amazônia.


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Investimentos

O Projeto Matapi Pari iniciou em 2023 e recebeu um investimento de cerca de R$ 17.000,00 que foram aplicados na confecção de 944 unidades do apetrecho. O incentivo se estende aos artesãos locais, que fizeram os utensílios da pesca do camarão por aproximadamente R$ 18,00 a unidade.

As comunidades de Benfica, Rio Fábrica e Santana do Arari já receberam as doações. No mês de abril será a vez dos pescadores do Rio Canal.

“O projeto do Matapi Pari já deu certo em outros municípios e hoje Ponta de Pedras por meio da Emater e da prefeitura municipal incentiva os pescadores a fazer a troca do Matapi fechado para o matapi pari tendo em vista a melhora da gestão pesqueira do município, pois o nosso camarão está diminuindo de quantidade e tamanho, e o matapi pari permite que o camarão que ainda não atingiu o tamanho de primeira maturação possa sair entre as frestas, crescer e se reproduzir”, explicou a engenheira de Pesca, Geyseanne Suely Teixeira Noronha, do Escritório Local da Emater, de Ponta de Pedras que vem acompanhando e coordenando todas as ações do projeto.

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Assistência Técnica

No projeto, a Emater é responsável por selecionar e organizar as famílias, capacitar e inserir os beneficiados em políticas públicas como Crédito Rural, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e emitir o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF), além de prestar assistência técnica às famílias nas outras atividades que elas desenvolvem como no manejo do açaí e da piscicultura.

“Esse projeto está nos ajudando muito, além de receber o matapi pari estamos recebendo assistência da Emater, isso está sendo muito bom”, disse o pescador beneficiado no projeto Rony da Silva Teixeira, 35, que mora na comunidade Benfica com a esposa e a filha. “A qualidade do camarão capturado e criado no matapi pari é melhor, até no tamanho ele é um camarão maior, e em relação ao preço podemos vender ele num valor mais elevado”, ressaltou. Rony comercializa o camarão no valor de R$ 25,00 a R$ 30,00 o quilo.

Por meio da Emater, Rony teve o CAR retificado, recebeu o CAF e alcançou um financiamento de quase R$ 10 mil reais por meio do Pronaf B que possibilitou o investimento nas cadeias produtivas do açaí e da piscicultura.

Texto de Sarah Mendes / Ascom Emater

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