Emater capacita extrativistas de açaí de Barcarena para boas práticas e comercialização

Capacitação contínua de 25 famílias é previsão do Projeto Piloto, parceria entre Emater e Anater. 

25/09/2020 14h03 - Atualizada em 21/11/2024 17h55
Por Aline Miranda

Extrativistas de açaí da Comunidade do Arapari, na Vila de mesmo nome, em Barcarena, no nordeste do estado, participaram, ao longo do mês de setembro, de treinamento promovido pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) sobre boas práticas, comercialização e cuidados na colheita e pós-colheita.

O processo foi dividido em turmas, reunidas em dias diferentes, para evitar aglomerações, conforme as medidas preventivas em relação à covid-19. Todos os presentes usaram máscaras e álcool em gel. As aulas teóricas se realizaram no salão de uma igreja e as práticas, no Sítio Canto dos Souza, propriedade do agricultor Leopoldo Souza.

Há três anos o atendimento da Emater a vinte e cinco famílias ribeirinhas das margens do rio Guamá e de vicinais da rodovia PA-151vem sido intensificado no contexto do Programa Piloto, da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) e com foco na Associação Agroextrativista da Ilha Arapari (AAIA).

Como estratégia de capacitação contínua, são palestras, oficinas e cursos sobre como manejar as áreas nativas, sobre como selecionar as palmeiras sem contaminação de fezes de pássaros e sobre como conservar os caroços longe do acesso animais domésticos, entre outros tópicos de interesse.

O extrativismo de açaí é a principal atividade socioeconômica das populações em questão. Cada família possui em média três hectares. O fruto é amassado na mão e serve de alimento diário para as próprias famílias. O excedente é vendido, in natura, nos portos da capital Belém, para atravessadores e batedores.

De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater Jeferson Machado, o aperfeiçoamento de ferramentas e procedimentos de trabalho não só profissionaliza a cadeia produtiva e ajusta à legislação sanitária vigente; também resulta em triplicação de produtividade e, por conseguinte, aumento de renda.

“O caminho é de melhoria tecnológica. A produtividade ainda é muito baixa. Atualmente não se alcança nem uma tonelada e meia por hectare. Nossa meta é superar as cinco toneladas”, considera Machado.