27/09/2021 16h40 - Atualizada em 29/06/2025 12h27 Por Emater Pará
Com o objetivo de requerer o Selo de Indicação Geográfica da Farinha de Bragança, produtores da Comunidade Vila Verde, em Augusto Corrêa, nordeste paraense, estão qualificando o processo de fabricação da farinha de mandioca, com o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) para adequação às normas da Portaria Nº 5314, da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará). A concessão, conferida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), por meio da Cooperativa Mista de Agricultores Familiares do Caeté (Coomac), é o reconhecimento do trabalho do agricultor, promovendo visibilidade e valorização ao produto, sob o ponto de vista cultural, histórico e de renda.
Neste sentido, 15 produtores da Vila Verde, que fica distante 38 km da sede do município, participaram do curso de boas práticas de fabricação e manipulação higiênica na produção de farinha de mandioca, que ocorreu de 21 a 23 deste mês, ministrado pela veterinária da Emater, Karine Sarraf.
“Essa ação faz parte do fortalecimento das comunidades produtoras para que possam requerer o uso do Selo do IG da farinha de Bragança. Muitos produtores têm interesse em pedir a concessão deste selo, mas precisam se adequar às normas ambientais, fiscais e sanitárias, por exemplo, adequar toda a Unidade de Produção, ter embalagem padronizada com valor nutricional, e isso se reflete no valor agregado com o registro podendo até dobrar o preço do kilo a ser comercializado”, explicou o engenheiro agrônomo Waldemiro Rosa Júnior, supervisor do Regional da Emater, em Capanema.
Com parte do acompanhamento técnico, a equipe do escritório local da Emater em Augusto Corrêa fará o diagnóstico da produção junto aos produtores capacitados, previsto para o mês de outubro.
“Essa orientação técnica da Emater é muito importante para nós, pois esse conhecimento repassado nos permite dar mais qualidade na produção da farinha, e se conseguirmos o uso do Selo, vamos poder conquistar novos mercados, com melhores preços”, disse o produtor Gerinaldo Silva Oliveira, um dos participantes da capacitação.
Há 30 anos, Gerinaldo se dedica, no sítio Três Lagoas, ao cultivo de frutíferas, como açaí, banana e laranja, e tem como principais rendas a produção de feijão-caupi e de farinha de mandioca. Por mês, em média, o agricultor familiar produz 8 mil kg de farinha, comercializados na feira de Bragança por preços entre R$ 3,50 e R$ 8,00.
*Texto de Paula Portilho (Emater).