Emater assessora certificação de produtos orgânicos em Mojuí dos Campos e Santarém

Em 2024, a Associação Tapajós Orgânicos passou a atuar como organismo participativo de avaliação da conformidade (opac)

13/08/2024 08h49 - Atualizada em 12/11/2024 14h16
Por Aline Miranda

A equipe multidisciplinar do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) de Santarém, no Baixo Amazonas, vem acompanhando de perto a Associação Tapajós Orgânicos de Certificação Participativa (sem sigla) na agenda de visitas de verificação de propriedades. 

Pelo Sistema Participativo de de Garantia (SPG), o processo de controle social e autogestão pelos próprios agricultores sobre sistemas de cultivo de hortaliças e frutas sem agrotóxicos, entre outras especificações, envolve pelo menos 23 famílias associadas de nove comunidades tanto daquele município, quanto do vizinho Mojuí dos Campos. 

A partir deste ano a Associação passou a atuar como organismo participativo de avaliação da conformidade (opac), sob credenciamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Antes organização de controle social (ocs), o novo estatus permite que o grupo comercialize além do diretamente para o consumidor final, mas também para terceiros, a  exemplo de supermercados e restaurantes. 

Produtos como alface, banana, cebolinha, couve, macaxeira, mamão, pimentão e tomate já são vendidos em duas feiras periódicas, às quartas-feiras e sábados, com atendimento da Emater. De acordo com os especialistas do Governo do Estado, a feira de quarta-feira por muito tempo realizou-se nas dependências do Órgão e depois foi transferida para um espaço maior. 

“Sempre fazemos visitas, palestras, fiscalizamos a produção. A equipe possui pedagogo, veterinário, social, agrônomo. Toda semana estamos presentes.  É uma premissa dentro do Proater [programa de assistência técnica e extensão rural] de organização social, educação e cidadania”, explica o chefe do escritório local da Emater em Santarém, Derlan Lira, pedagogo e técnico em agropecuária. 

A engenheira agrônoma da Emater Ana Claudia Siviero diz que a diligência extensionista para a agricultura orgânica de base familiar concretiza princípios de desenvolvimento sustentável, uso racional de recursos naturais, viabilidade econômica e inclusão social: “Quando orientamos e fortalecemos não só a produção em si, como a organização social em torno, assumimos o desafio da efetividade de políticas públicas, da expansão e do engajamento dos próprios comunitários como protagonistas”, aponta a pós-graduada em Desenvolvimento Sustentável e mestra em Sociedade, Ambiente e Qualidade de Vida.

Ações

No último dia 8 de agosto, a área do agricultor Antônio Ivo de Lins, conhecido como “Seu Baiano”, foi verificada pelo comitê da Associação, com a presença da Emater. O Sítio Novo Horizonte situa 80 hectares na comunidade Castanhal da Boa Vista, em Mojuí dos Campos. 

Para o coordenador da Tapajós Orgânicos, José Cunha, a Emater é primordial para o trabalho dos agricultores associados, sobretudo na parte social: "Foi e é primordial. A Emater é um dos grandes parceiros nossos; a extensão rural, por meio da Emater, e, na parte organizacional da nossa Entidade, tem contribuído muito. Questão de documentos, prestação de serviços de consultoria, assistência social. Nós precisamos que esta parceria continue por bastante tempo, porque a Emater é nossa parceira de sempre", relata. 

Na região, a Emater também está colaborando para que famílias com produção de transição agroecológica estruturem juntas uma Rede formal, a fim de representação coletiva. O momento agora é de prospecção das demandas.