Neste mês de junho, como ação preparatória do Governo do Pará para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (Cop-30), a se realizar em novembro na capital do Pará, Belém, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) está promovendo um ciclo de rodas-de-conversa sobre meio-ambiente com os moradores dos entornos das Usinas da Paz (Usipaz) da região metropolitana. O principal público convidado são adolescentes, estudantes da rede pública.
Além de Belém, a programação, coordenada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), inclui os municípios de Ananindeua, Marituba e Castanhal.
O objetivo é conectar as pautas do evento mundial à realidade urbana, periurbana e periférica da cidade-sede, com escuta direta das próprias populações e contextualização não só científica, mas também sociocultural, de questões cotidianas como saneamento básico, lixo doméstico, alagamento de ruas, preços de alimentos e calor extremo na Amazônia.
“É um momento de a juventude da Região Metropolitana de Belém [RMB] fortalecer protagonismo e voz na agenda climática, informando e ao mesmo tempo recebendo informações: é sobretudo, assim, um momento de troca, aprendizado e valorização da sociedade civil no processo comunicativo da Cop-30”, resume a engenheira agrônoma do escritório local da Emater em Belém Katharine Tavares, especialista em Biodiesel e em Floricultura como Empreendimento e mestra em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável.
Para o engenheiro agrônomo Jader Moura, especialista em Gestão Pública e Agronegócio e mestre em Ciências Agrárias, igualmente do escritório de Belém e palestrante nas rodas-de-conversa, a massificação de conceitos e teorias do universo científico e da administração pública é um instrumento de democracia e de elaboração coletiva de soluções sustentáveis: “O debate aproxima e integra. A agenda climática é conjunta e a atuação da Emater, sempre na ponta, é compartilhar e demonstrar que é possível, em termos de políticas públicas e iniciativa popular, transformar os compromissos assumidos na Cop-30 em resultados práticos, viáveis e efetivos”, diz.
Voz
No último 5 de junho, na Usina da Paz da Cabanagem, bairro de Belém, a técnica em meio ambiente Ellen Ruth Cardoso, de 35 anos, levantou ideias tais quais a infraestrutura de Belém para a Cop-30: “Hoje eu moro no bairro do Coqueiro, acabei de mudar, mas antes eu morava na Cabanagem. Uma das indagações da gente é um tratamento mais igualitário para reformas e amparo em todos os bairros de Belém para a Cop-30”, considerou.
Na opinião dela, a abordagem de temas ambientais impacta as pessoas: “É um despertar para o consumo consciente, sensibilização das comunidades e mobilização”, aponta.
23/06/2025 12h51 - Atualizada em 29/06/2025 07h22 Por Aline Miranda