31/07/2020 14h30 - Atualizada em 19/11/2024 22h10 Por
A Unidade Didática de Bragança (UDB) da Empresa de Assistência Técnica em Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) em parceria com o agricultor Antônio Costa, morador do sítio Santo Antônio, zona rural do município, devem colher, daqui a 60 dias, quase 100 sacas de feijão caupi, cuja plantação está distribuída em cinco hectares na propriedade. O cultivar é uma importante fonte de proteína e também considerado a base alimentar da agricultura familiar da região bragantina. No caso do feijão caupi, a Emater trabalha também com a multiplicação de sementes.
Em 60 dias, quase 100 sacas de feijão caupi devem ser colhidas na plantaçãoFoto: Veloso Júnior / Ascom Emater
Na quinta-feira (30), técnicos da Emater realizaram mais uma etapa de serviços na propriedade do agricultor: o controle fitossanitário, conjunto de medidas aplicadas para evitar a propagação de pragas e doenças. O procedimento dura, em média, uma hora, e é realizado com a ajuda de trator, também da UDB. A assistência técnica é realizada semanalmente pelos técnicos, que acompanham evolução, além do estado vegetativo e reprodutivo da variedade do feijão.
Nascido e criado no município, o agricultor Antônio Costa celebra a parceria e reconhece como “essencial” a assistência técnica da Emater em sua propriedade. “É um serviço que recebo há 15 anos e já considero os técnicos como amigos. Eu nasci para a roça e gosto de cuidar das milhas plantações, portanto, é necessário um acompanhamento constante”, explica. Costa também trabalha com as culturas da mandioca, açaí, milho e criação de pequenos animais.
Em 2005, o agricultor foi contemplado com um projeto de crédito elaborado pela Emater, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), e pretende, em breve, solicitar outro projeto para aumentar a produção.
De acordo com Felipe Ribeiro, engenheiro agrônomo da Emater, a parceria com o agricultor rendes frutos em dois sentidos: “gera experiência para o agricultor e também fortalece o suporte técnico da cultura”. Neste caso, a UDB assume os custos de produção, inclusive com a disponibilização de maquinário. “Deste modo, parte da produção fica com o agricultor e a outra com a Emater, que deixa a área produtiva, ou seja, com fluxo constante de produção”, explica.
O feijão produzido na região nordeste paraense tem mercado garantidoFoto: Veloso Júnior / Ascom Emater
Feijão caupi – O cultivar de feijão-caupi (BR3 Tracuateua) tem produtividade média de 1.400 Kg/ha em ecossistema amazônico e apresenta grãos de cor branca, grandes, reniformes e com tegumento levemente enrugado, com boa aceitação de mercado e apresenta ciclo de 65 a 75 dias. A partir das sementes diferenciadas e orientação científica, a Emater pretende recuperar índices como boa produtividade e melhores características do produto em si.
O feijão produzido na região nordeste paraense tem mercado garantido, já que 70% da produção são exportados, principalmente para o nordeste brasileiro. Bahia, Ceará e Piauí são os maiores compradores do feijão paraense. Em Bragança, a Emater é a única instituição pública paraense que produz o BR3 Tracuateua.
Referência – A Unidade de Bragança trabalha com a multiplicação de feijão caupi na região há mais de 30 anos e desenvolve, também, atividades com rebanho bovino de leite; ovinocultura; cultivo de gliricídia (para produção de tutor vivo); compostagem e produção de humus de minhoca; meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão); implantação de Sistemas Agroflorestais (SAFs); cultivo de pimenta-do-reino; produção de mudas; recuperação de nascente e irrigação, e produção de mandioca e macaxeira. O espaço reúne também dados meteorológicos, coletados desde 1977.
Em novembro, a UDB ganhará o novo Laboratório de Solos do órgão, cuja função será analisar a fertilidade, a determinação de pH e exames de nutrientes, fatores essenciais que beneficiam diretamente agricultores familiares que necessitam melhorar o plantio de culturas locais e regionais.
Fotos: Veloso Junior