Associação acaba de receber o caf jurídico, para participação no mercado institucional
27/02/2025 11h29 - Atualizada em 25/03/2025 01h37 Por Aline Miranda
Viúva, a agricultora Nádia Silva, de 41 anos, e os três filhos trabalham juntos na propriedade da família: o Sítio Alto Bonito, dentro do assentamento federal Veneza, em São Domingos do Araguaia, no Carajás. Os mais velhos, Kaline, de 20 anos, e Kauã, de 19 anos, são técnicos em agropecuária.
O destaque é fruticultura: abacaxi, acerola, banana, manga e taperebá. A área também abriga plantio de feijão.
Depois de colhidas, as frutas são processadas na agroindústria da Associação dos Horticultores e Horticultoras de São Domingos do Araguaia (Ahosda), entidade da qual Nádia é secretária.
A polpa é um dos produtos que compõem a merenda escolar do município, com o apoio do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater).
Nessa quarta-feira (26), a Ahosda recebeu da Emater o cadastro nacional da agricultura familiar (caf) jurídico, para se manter habilitada a participar do Programa Nacional da Alimentação Escolar (Pnae). O documento foi entregue em reunião na sede da Associação, no bairro Novo Planalto.
Sob acompanhamento dos especialistas da Emater, a previsão é que, neste ano letivo, 37 associados forneçam para escolas públicas mais de sete toneladas de açaí batido, quase seis toneladas de hortaliças (alface, couve e cheiro-verde) e duas toneladas e meia de mandioca, entre outros alimentos.
O caçula dos Silva, Kaio, de 15 anos, que está iniciando o 1º ano do ensino médio na Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Elza Dantas, será um dos consumidores do suco de frutas originário do cultivo na própria casa.
“E ele ama suco”, diz, rindo, a mãe. “É um resultado de todo mundo unido”, completa.
Nádia considera a Emater indispensável. “Sem a Emater, não conseguiríamos avançar em nada. Ficaríamos parados. A documentação, a orientação, qualquer informação de que eu precise com a Emater eu consigo - falando por mim. É uma existência muito importante. O caf, por exemplo, é uma documentação de comprovação, que abre portas. Se não fosse a Emater, estaríamos dentro do rio, sem canoa e sem remo”, declara. A metáfora considera o rio Tauarizinho, que corta a região.
Para o chefe do escritório local da Emater em São Domingos do Araguaia, Rudinei Magalhães, técnico em agropecuária, a Emater é um ator principal na dinâmica das políticas públicas para a agricultura familiar do município: “O caf, por exemplo, é um documento obrigatório. Os agricultores da Associação fornecem merenda escolar desde 2009 e nós, da Emater, sempre acompanhamos, com os avanços: foram se adequando à legislação, adquiriram selo artesanal, instalaram agroindústria de uso coletivo e em 2012 formalizaram-se como organização social. Cada etapa é uma conquista”, detalha o Gestor.