15/05/2020 11h20 - Atualizada em 12/11/2024 09h24 Por Aline Miranda
Agricultores de Breves, do pólo do Marajó, iniciaram a comercialização de seus produtos por delivery, facilitando o acesso da população a alimentos saudáveis e de qualidade neste momento crítico da pandemia provocada pelo novo coronavírus. A iniciativa, colocada em prática esta semana, é do escritório local e regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), com o apoio da Prefeitura.
Foto: ASCOM EMATER
Em caráter preliminar, são 25 famílias da estrada Breves-Anajás (Rodovia PA-159) que ofertam produtos como farinha d’água, frango caipira, ovos caipiras, hortaliças orgânicas e mamão, a preços justos e sem cobrança de taxa de entrega.
Conforme dados do Ministério da Saúde (MS), hoje o município de Breves apresenta a maior média municipal acumulada de mortes por covid-19 no Brasil inteiro, considerado o período de duas semanas, e ocupa o segundo lugar no Pará em número de mortes, atrás apenas da capital Belém. Por conta dessa situação, encontra-se sob decreto estadual de lockdown pelo menos até o dia 17 de maio.
Porém, há três semanas, existe também um decreto municipal, que suspende o funcionamento da Caixa Agrícola, um espaço da agricultura familiar na Feira tradicional no centro da cidade, fazendo com que agricultores atendidos regularmente pela Emater ficassem sem ter onde e como comercializar suas colheitas. A interrupção das vendas que se realizava toda semana no perímetro da Rua Castilhos França, objetiva evitar aglomerações e conter o avanço da doença.
Como as famílias moram a distâncias até 40 km da sede do município e dependiam tanto do frete da Prefeitura para transportar a carga, quanto da Feira em si para obter renda, a Emater decidiu elaborar uma lista com o nome de cada produtor, propriedade, empreendimento e produtos, com número de telefone ou whatsapp. A lista, ainda em fase de atualização, está sendo divulgada nas redes sociais.
Os consumidores interessados conversam diretamente com os produtores e combinam a entrega em domicílio, em geral de duas a três vezes por semana. Também há a possibilidade de entrega para mais de um consumidor, em locais estratégicos, por agendamento individual. Os preços continuam iguais aos praticados na Feira.
“A pandemia impôs a emergência de um canal alternativo de comercialização, mas já estamos percebendo que, superada a crise, os agricultores podem aperfeiçoar e manter mais essa modalidade de serviço. A Emater está trabalhando para profissionalizar a nova ferramenta, no entanto, já vem dando tão certo que muitas famílias nem estão dando conta da demanda”, adianta o supervisor do escritório regional da Emater no Marajó, o sociólogo Alcir Borges.