Recursos do Pronaf, via contratos do Basa, também beneficiaram mandiocultores e extrativistas de açaí
18/07/2024 08h29 - Atualizada em 18/11/2024 08h25 Por Aline Miranda
O almoço desta quinta-feira (18) no Sítio Humaitá II, em Ponta de Pedras, no Marajó, foi tamuatá frito com açaí batido na hora.
O peixe veio da cabeceira do rio Tijucaquara, ali na frente, e o fruto, da área de várzea dentro dos hectares da propriedade, na comunidade Ilhinha.
Na rotina do casal Luiz Morais, de 50 anos, e Cleide Ferreira, de 45 anos, mais os seis filhos, esses entre 10 anos e 31 anos, pesca artesanal e extrativismo significam ancestralidade, alimentação e fonte de renda. Só de camarão regional, por exemplo, Cleide sozinha chega a capturar até 80kg por semana, com matapi.
“Dois dos nossos filhos adultos são pescadores, seguiram nosso costume. Pra gente, é uma profissão muito boa, um modo digno e bonito de existência”, diz Luiz.
Por meio de projetos de crédito rural elaborados pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), a família é uma no conjunto de 21 pescadores que, nessa quarta-feira (17), assinaram contrato do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) com o Banco da Amazônia (Basa).
Os recursos, da ordem individual de R$ 4 mil, servirão para compra de apetrechos e ferramentas, com o objetivo de melhorar a pesca de espécies como aracu, cachorrinho-do-padre, mandií, mandubé e pescada nos rios Arari, Urinduba e Saracá, entre outros.
Na ocasião da contratação, quatro extrativistas de açaí e um plantador de mandioca também foram beneficiados.
De acordo com o chefe do escritório local da Emater em Ponta de Pedras, o técnico em agropecuária Martinho Morinaka, a política pública do crédito rural é uma ferramenta dentro de um contexto de metodologia, periodicidade e metas.
“O crédito rural não é um fim em si mesmo. O crédito rural capitaliza a atividade para um refinamento, um aperfeiçoamento, um progresso de profissionalização, o que permite mais garantia de subsistência, mais produtividade e mais leque de mercado, inclusive de merenda escolar e PAA [Programa de Aquisição de Alimentos]”, explica.