Com Emater, crédito rural fortalece produção de alimentos em Salinas

15 famílias de três comunidades acabam de assinar contrato da linha Acredita, do Basa

24/10/2024 11h24 - Atualizada em 19/11/2024 06h27
Por Aline Miranda

Salinópolis, no Rio Caeté, município mais conhecido como “Salinas”, um dos balneários mais famosos do lazer paraense, não se resume a praia: também tem agricultura.

A partir de projetos de crédito rural formulados pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), quinze famílias estão recebendo impulso financeiro para melhorar e expandir plantio de mandioca e produção de farinha, cultivo de hortaliças e criação de galinha-caipira nas comunidades Bandeira Branca, Enseada e São Bento. 

Os recursos totais de cerca de R$ 150 mil encontram-se disponíveis desde essa quarta-feira (23), quando os contratos da linha Acredita, com o Banco da Amazônia (Basa), foram assinados em ato solene na sede da Emater, no bairro Alacilândia. Participaram do momento representantes da Associação de Apoio à Economia Popular da Amazônia (AmazonCred) e do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR). 

O chefe do escritório local da Emater em Salinas, Paulo Nunes, engenheiro de pesca, destaca a importância da Emater, sobretudo no contexto de parcerias institucionais: “São pilares: a parceria entre entidades do setor rural, a efetividade do crédito rural, tudo para o fortalecimento da agricultura e para a ampliação das atividades produtivas”, diz. 

Só neste segundo semestre de 2024, a Emater em Salinas já intermediou o acesso de 56 famílias a crédito rural da linha Acredita, em um total de R$ 450 mil. Outros dez projetos tramitam no Basa, com previsão de liberação nas próximas semanas. 


Planos

Com R$ 8 mil agora na conta, o casal Érika Maria Silveira, de 40 anos, e Ezilmar Santos, de 44 anos, pretende comprar de imediato mais 400 galinhas-caipiras da raça “caipirão tricolor”.

No Sítio Santos, na Vila da Enseada, os quase dois hectares são ocupados não só por avicultura, com foco em carne e ovos, mas também por 50 canteiros de hortaliças sem agrotóxicos: espinafre e jambu, por exemplo.

“Antes não dava pra estabelecer meta, não dava nem pra sonhar, porque não conseguíamos capital que movimentasse o empreendimento. Agora posso dizer que nossa contabilidade ganhou nova forma”, indica Ezilmar. 

 

A questão é, ainda, de segurança alimentar e nutricional. Os filhos Lucas, de 14 anos, e Emily Vitória, de 18 anos, consomem os produtos na rotina e vivenciam a tradição: “Adoram, gostam, praticam. E as hortaliças, a carne e os ovos ajudam a nos alimentar, no sentido literal, porque a atividade significa subsistência, e no sentido de geração de renda, porque é nosso sustento”, completa. 

A família deve ser contemplada em breve, ao longo de novembro, com um crédito rural adicional vinculado ao atendimento da Emater: mais R$ 7 mil para custear lona térmica que cubra as hortaliças e proteja das chuvas durante o inverno amazônico, de dezembro a março.