Com apoio da Emater, trabalho começou em 2017 em parceria com sete comunidades locais
03/03/2020 20h17 - Atualizada em 11/11/2024 19h23 Por Emater Pará
Município é o único que produz sementes de juta no Brasil, com capacidade para exportação. Foto: Ascom / EMATER.
Famílias ribeirinhas de várias comunidades de Alenquer, no Baixo Amazonas, devem colher, até o final de março deste ano, mais de 55 toneladas de juta, cuja fibra serve como revestimento interno de automóveis e como substituto do gesso na construção civil. O trabalho no município começou em 2017, a partir de iniciativa da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), em parceria com sete comunidades locais.
Item serve como revestimento interno de carros e substitui o gesso na construção civil. Foto: Ascom / EMATER.
O município de Alenquer é o único que produz sementes de juta no Brasil, com capacidade para exportação. A atividade com a fibra vegetal tem grande potencial lucrativo e de complemento de renda para as 38 famílias envolvidas no processo de plantio e colheita. Toda a produção é enviada para a Companhia Têxtil de Castanhal (CTC), cuja demanda é crescente.
Com a alta procura do mercado, a Emater local trabalha para envolver mais comunidades e aumentar a área de plantio, como explica o técnico em Agropecuária Waldomiro Ferreira.
“Como o plantio de fibra na várzea se dá no período de vazão das águas dos rios, entre os meses de agosto e setembro, e no período de invasão das águas, dezembro, os agricultores conseguem trabalhar com duas safras por ano, por isso a Emater local realiza trabalho constante com as comunidades para que os jovens, por exemplo, possam estar inseridos neste processo” - Waldomiro Ferreira, técnico em Agropecuária.
As áreas de plantio nas comunidades somam 19 hectares, sendo que a média de produção de cada um chega a 3.500 toneladas. As comunidades envolvidas são: Suribimiri de baixo, Suribimiri de cima, Subiaçu, Arapiri, Centro do Arapiri, Urucurituba e Salvação, esta última com previsão de colheita de 22 toneladas da juta.
38 famílias estão envolvidas no plantio e colheita. Foto: Ascom / EMATER.
Cada imóvel possui cerca de 0,5 hectares de área plantada, com ciclo curto de três meses para colher, sendo que cada família recebe aproximadamente R$ 4 mil, o que totaliza R$ 154 mil no montante total. Na elaboração do projeto de resgate da cultura da juta, a Emater contou com a parceria da CTC da Prefeitura Municipal de Alenquer.
“A boa notícia é que esse resgate está sendo reconhecido. Vamos iniciar parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Banco do Brasil, que acompanhou o início da primeira colheita”, complementa Waldomiro.
Planta – A juta é uma planta utilizada como matéria-prima na indústria de sacaria, sendo de grande importância nesse segmento. As fibras secas também são utilizadas em algumas indústrias moveleiras, que empregam tecidos feitos com a juta como revestimento rústico, entre outras aplicações.
Por Rodrigo Reis (EMATER)