Bragança: Com Emater, Moradores de Rua em Quarentena Revitalizam Horta Escolar

Pessoas em situação de rua estão sendo orientadas por Emater e Prefeitura a revitalizar a horta da escola onde estão abrigadas por conta da pandemia

20/04/2020 14h20 - Atualizada em 05/09/2024 08h52
Por Aline Miranda

Com a orientação do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), moradores de rua de Bragança, na região do Salgado, em quarentena por causa da pandemia provocada pelo novo coronavírus, estão aproveitando para revitalizar a horta da Escola Municipal de Ensino Fundamental Júlia Quadros Peinado, onde estão abrigados pela Prefeitura.


A iniciativa da Secretaria Municipal de Trabalho e Promoção Social (Semtraps) e do Centro de Referência Especializada da Assistência Social (Creas), com o apoio da Emater, visa, a princípio, a capacitar 18 homens e mulheres em situação de rua para reativar e expandir um espaço de 30m x 40m com sementes e mudas de alface, couve, tomate-cereja, limão, acerola, entre outras espécies. Os insumos e ferramentas serão doados ou intermediados pela Prefeitura e Emater.


A primeira reunião foi realizada no último dia 15 de abril, para repasse de diretrizes, percepção da área, limpeza do terreno e planejamento do cronograma. Até maio os primeiros plantios já devem acontecer. Todo o envolvimento é voluntário. Só participa quem quer.


O objetivo, além de contornar a ociosidade da quarentena e de melhorar o espaço da escola para quando as crianças voltarem, resultará em qualificação para os próprios moradores de rua, muitas vezes sem oportunidade de trabalho e geração de renda.


“Torcemos para que esta situação do coronavírus não dure o suficiente para que a colheita da horta sirva à alimentação do grupo da quarentena, mas essa também é uma possibilidade. Ali são alimentos saudáveis, de qualidade, relativos às tradições alimentares do município”, diz o engenheiro de pesca da Emater Leonardo Miranda.


“Acreditamos que, além da reativação da horta escolar, as pessoas do abrigo estão tendo a chance de adquirir conhecimento para futuramente exercer atividades que permitam até empreendedorismo”, complementa o engenheiro agrônomo da Emater Adriano Paixão.