Atendimento da Emater abre portas de políticas públicas para comunidade rural de Prainha

Oito famílias da comunidade Pitanga devem receber daps até outubro

10/09/2020 16h10 - Atualizada em 17/11/2024 09h06
Por Aline Miranda

A partir do atendimento do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), oito famílias da comunidade Pitanga, na região do rio Caminaú, a 40 km da sede de Prainha, no Baixo Amazonas, passarão a ter acesso a políticas públicas específicas para a agricultura familiar, como crédito, capacitações e até aposentadoria. 


No processo de retomada gradual das atividades presenciais sob o contexto da pandemia da covid-19, na última sexta-feira (4) a equipe da Emater mobilizou a Comunidade para explicar o enquadramento de cada política pública, bem como visitou as propriedades, para identificação de demandas.


Toda a iniciativa se deu sob cuidados para prevenção do coronavírus, como uso de máscaras e disponibilidade de álcool em gel.


chefe do escritório local da Emater em Prainha, Sérgio Miéle, em visita a propriedades da comunidade Pitanga


“As lideranças nos procuraram e foi assim que organizamos a logística de visitação, coleta de dados e conversa com os agricultores, para entender os interesses e as necessidades deles. Trabalhamos por metodologias de etapas e visando à progressão”, situa o chefe do escritório local da Emater em Prainha, o engenheiro agrônomo Sérgio Miéle.


De acordo com Miéle, a análise preliminar indica que será a primeira vez que pelo menos metade do público em questão usufruirá de acompanhamento regular ou de acesso direto a ações estatais de desenvolvimento sustentável no meio rural.


Atendimento

Para ser reconhecidas oficialmente como “agricultores familiares” pelos diferentes níveis de governo (municipal, estadual e federal), os produtores precisam de documentações próprias, a exemplo de declaração de aptidão ao Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar - Pronaf (daps) e Cadastro Ambiental Rural (CAR). 


Esses documentos, emitidos pela Emater ou com o apoio da Emater na medida do possível, servem para validar o perfil socioeconômico, por meio de informações sobre faixa de renda, tamanho de propriedade e atividade socioeconômica, entre outras.


É com o respaldo de projetos, propostas e parceria da Emater, também, que bancos liberam financiamento, via vistoria e encaminhamento de planilha, e Prefeituras e Ministérios incluem avulsos, associações e cooperativas como fornecedores de merenda escolar e de alimentos para entidades de assistência social, considerada a adequação aos editais.


Em relação aos moradores da Pitanga, a expectativa é que, até meados de outubro, todos recebam as daps, as quais habilitarão para projetos de incentivo ao plantio de beneficiamento de mandioca, com foco na produção de farinha d'água, e de manejo do açaizal nativo da zona de mata ciliar do entorno do Igarapé da Serra, que corta os terrenos e desemboca no rio.


Atualmente, os agricultores têm que se deslocar até o centro de Prainha para conseguir vender os produtos e praticam extrativismo de açaí com baixa produtividade. Estratégias de comercialização com menos ônus de escoamento e cálculos como espaçamento e desbaste de touceiras do açaí podem dobrar o faturamento em médio e longo prazos.


Os planejamentos imediatos são a inserção no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e, ainda, solicitação de crédito pela linha B do Pronaf, com contratos no valor individual de R$ 2 mil e 500.