Amêndoas de cacau de Medicilândia se destacam em premiação na Holanda

Com apoio do governo do Estado, Pará se consagra, mais uma vez, entre os melhores produtores de amêndoas do planeta, em premiação que reuniu 52 países

09/02/2024 19h13 - Atualizada em 20/11/2024 12h25
Por

Foto: Divulgação

A amêndoa de cacau produzida no município de Medicilândia, no Oeste do Pará, foi reconhecida entre as melhores do planeta. Durante o anúncio dos vencedores na cerimônia da premiação Cocoa of Excellence Awards (Cacau de Excelência), realizado nesta quinta-feira (8), em Amsterdã, na Holanda, a produtora Míriam Federicci Vieira dividiu o ouro com o representante de Ilhéus, na Bahia, Luciano Ramos. O Pará também foi agraciado com a medalha de prata, entregue ao produtor Robson Brogni.

Robson Brogni na solenidade de premiação na Holanda. Excelência do cacau paraense reconhecida em nível mundial.

Robson Brogni na solenidade de premiação na Holanda. Excelência do cacau paraense reconhecida em nível mundial.

Foto: Divulgação

Participaram da seleção 222 amostras de grãos de cacau de 52 países. O evento, realizado a cada dois anos, reúne os principais especialistas em avaliação sensorial e da indústria do chocolate para premiar os produtores.  As amêndoas produzidas pelos três representantes do Brasil foram selecionadas entre as 50 melhores do mundo.

Na cerimônia desta quinta-feira houve a premiação das amostras selecionadas por continente, e o Pará acabou reconhecido com ouro e prata entre as amêndoas da América do Sul. Outros países do continente americano, como a Colômbia, por exemplo, também receberam medalha de ouro.  

Essa não foi a primeira vez que o cacau paraense ficou entre os melhores do mundo. Em 2021, o produtor de Novo Repartimento, município da Região de Integração Lago Tucuruí, no sudeste paraense, João Evangelista, também foi agraciado com a medalha de prata, figurando na lista das melhores amêndoas de origem do mundo. 

Apoio do Estado - O secretário de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca, Giovanni Queiroz, acompanhou a cerimônia de premiação, e ressaltou a importância da conquista obtida pelos produtores do Pará, que participaram da programação com o apoio financeiro do Fundo de Desenvolvimento da Cacauicultura do Pará (Funcacau). Para o gestor, essa premiação representa o reconhecimento ao trabalho de qualidade feito no Pará e ao apoio que o governo estadual garante aos produtores.

“Saímos vitoriosos. Dois ouros e uma prata para o Brasil, sendo um ouro e uma prata ao Pará, para os nossos produtores da região de Medicilândia. O Governo do Pará participou e estimulou isso, viabilizando a vinda desses agricultores para receber essa premiação extraordinária. Serve como motivação para tantos outros, para termos grande produtividade e grande qualidade na amêndoa para melhor comercializar o nosso produto”, ressaltou o secretário.

A produtora Míriam Federicci, que ao lado do marido Leomar Vieira produz cacau no Sítio Bela Vista,  disse estar satisfeita com o reconhecimento, pois mostra o resultado do trabalho que vem sendo realizado. “Mostra que estamos produzindo uma amêndoa de qualidade, e que estamos no caminho certo, criando um produto que vem sendo premiado”, destacou. 

Leomar Vieira, que acompanhou Míriam na cerimônia de premiação, ressaltou o apoio que o governo do Estado oferta ao trabalho dos produtores. “É muito grande a importância que o governo estadual vem dando aos produtores. Influencia não apenas a gente, que está aqui participando desses eventos, mas também para que outros possam estar produzindo cacau fino”, reiterou o produtor.

O casal de cacauicultores, ao  longo dos últimos anos, vem acumulando conquistas importantes no segmento do cacau. Em 2022 e no ano passado, o Sítio Bela Vista ficou com o segundo lugar no Concurso Especial de Cacau do Brasil- Sustentabilidade e Qualidade, realizado respectivamente em Belém e Ilhéus, na Bahia. 

Reconhecimento - Para o produtor Robson Brogni, acompanhado da esposa Sarah Brogni, que também produz cacau no Sítio Ascurra, a premiação representa a coroação de um trabalho que já vem sendo realizado há anos. “É um trabalho de anos e anos com o cacau fino, levando o nome do Governo do Estado do Pará ao mundo”, frisou.

Sarah Brogni também destacou o apoio que o governo oferece ao produtor de cacau. “Nós produzimos cacau há muitos anos. Mas transformar esse cacau em amêndoa de qualidade foi estimulado com os eventos promovidos pelo governo estadual. Estimulou a gente a produzir essas amêndoas e participar de concursos. Levamos ao mundo o potencial que o Pará tem, principalmente da Transmazônica (região de influência da Rodovia BR-230, a Transamazônica, onde fica Mediciândia). Em nome do Sítio Ascurra a gente só tem a agradecer, pois se o nosso cacau está indo para o mundo tem a ver com o apoio que o governo do Estado vem nos dando”,  afirmou a produtora.

Texto: Rose Basbosa (SEDAP)