Agricultores de Monte Alegre colhem feijão-manteiguinha em Unidade Demonstrativa

Nascida e criada na comunidade quilombola Peafu, em Monte Alegre, no oeste paraense, Eliana Assunção viu no plantio do feijão-manteiguinha uma oportunidade de melhorar a vida da família.  

03/03/2020 20h40 - Atualizada em 16/11/2024 16h10
Por Emater Pará

Nascida e criada na comunidade quilombola Peafu, em Monte Alegre, no oeste paraense, Eliana Assunção viu no plantio do feijão-manteiguinha uma oportunidade de melhorar a vida da família. Na última colheita, que terminou em janeiro deste ano, a produção foi de quase uma tonelada. Ela contou com o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), que implantou uma Unidade Demonstrativa (UD) na comunidade. 

Foto: Emater / Ascom.

Com a implantação da UD, a produtora assumiu o compromisso de distribuir cerca de 10% do total da produção colhida para outras famílias de agricultores. O experimento na UD vem sendo feito a partir de sementes melhoradas geneticamente pela Emater, com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no Centro de Treinamento Agroecológico, Inovação Tecnológica e Pesquisa Aplicada do Nordeste Paraense (UDB), em Bragança. O processo de pesquisa durou por volta de seis anos.

O plantio é feito em área de várzea – região à margem de um curso d'água que fica inundada durante as cheias, sendo áreas muito propícias à agricultura devido à fertilidade do solo. Na propriedade da remanescente, o plantio do feijão vai de julho a setembro e, a colheita, de outubro a janeiro, todos os anos. A área de plantio é de 1,5 tarefas, mas, em breve, a remanescente pretende aumentar a área para produzir mais. 

“São mais de 10 anos de orientação da Emater, então, sei que posso contar com o apoio dos técnicos, por isso pretendo aumentar minha área de plantio, e sei que vão me ajudar. A Emater me orienta sobre insetos, pragas, inseticidas e técnicas de plantio, é uma parceria que quero manter”, comenta.

A produção é comercializada nas feiras e mercados do município de Monte Alegre, onde a produtora vende o quilo do feijão a R$ 5, e a saca, R$ 300. “Este ano vou plantar mais, quero superar esta última produção”.

De acordo com o chefe do escritório local da Emater e técnico em agropecuária Egnaldo Garcia, a experiência com a UD na área de várzea tem sido positiva. “Os dados coletados vão subsidiar outras ações com cultivo de feijão manteiguinha em novos plantios tanto na terra firme como na área de várzea”.

Diagnóstico – Um levantamento será realizado pelo escritório local do município para levantar informações sobre a produção do feijão-manteiguinha. O objetivo é rastrear os produtores da região para conhecer com mais propriedade a quantidade de produtores e as variedades plantadas, por exemplo, a fim de traçar um plano de ação para alavancar a produção na região. “A Emater pretende começar esse levantamento a partir do mês que vem”, garante Egnaldo Garcia. 

A quilombola Eliana Assunção já foi beneficiada pelos programas de créditos do Pronaf nas linhas “Mais Alimentos” e “B”, para implantação de sistema de irrigação de hortaliças, também na sua propriedade. A produtora trabalha, ainda, com bovinocultura e também com artesanato, onde produz cestas com as palhas retiradas do tucumã e buriti. 

Por Rodrigo Reis (EMATER)