Agricultores de Anajás devem receber R$ 2, 5 milhões para manejar açaí

Extrativistas das comunidades Do Zinco, Peixe-Boi e Santa Luzia receberão cada um quase R$ 27 mil e 500 de crédito rural, via projetos da Emater

14/07/2020 16h07 - Atualizada em 10/09/2024 12h44
Por Aline Miranda

Por meio de projetos do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), 90 famílias ribeirinhas de Anajás, no Marajó, devem receber até o início de setembro R$ 2 milhões e meio de crédito rural para manejar açaizais

Os beneficiários são 23 agricultores da Comunidade Santa Luzia, às margens do rio Mocoões; 31 da Comunidade do Zinco, na extensão do Igarapé do Zinco; e 36 da Comunidade Peixe-Boi, no rio Alto Anajás. 

Os contratos da linha Floresta do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), no valor individual de quase R$ 27 mil e 500, foram assinados com o Banco da Amazônia (Basa), ao longo dos meses de abril, maio e junho, sob uma logística especial de prevenção à covid-19, executada com o apoio da Secretaria Municipal de Agricultura (Semagri).   

A equipe de Emater e Prefeitura se deslocou até as propriedades de forma programada, para evitar aglomerações, e usando máscaras e álcool em gel.

Com a orientação rigorosa da Emater, a partir de uma metodologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) especificamente para manejo de açaí de várzea, cada extrativista trabalhará sobre três hectares e meio. 

“Não é que os agricultores já não realizem limpeza da área e derrubada estratégica. O caso é que o procedimento da tradição deles ainda é muito intuitivo. Aplicamos outras medidas de grande valia científica, como espaçamento de cinco metros entre as touceiras e manutenção ou recomposição de 12 plantas por touceira [ cinco produtivas, quatro jovens e três juvenis]”, explica o chefe do escritório local da Emater em Anajás, o engenheiro agrônomo José Nilton Pereira. 

Segundo ele, “o caminho é no objetivo de mais qualidade e mais quantidade”, diz. 

A expectativa é que, em até três anos, a produção, hoje em dia de uma média de tonelada e 700 quilos por hectare, quadruplique, alcançando mais de cinco toneladas e meia.