Projetos da Emater efetivam meio milhão de crédito rural para pesca artesanal de Alenquer



26/06/2024 12h16 - Atualizada em 03/07/2024 16h24
Por Aline Miranda

Até o fim do ano, o escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) em Alenquer, no Baixo Amazonas, planeja aumentar a quantidade de pescadores artesanais atendidos em mais de 400%: dos atuais 130 para pelo menos 700. São pessoas que trabalham há gerações com captura de espécies como tambaqui e aracu, em dimensões tais quais o Lago do Urubu e o próprio Rio Amazonas. 

Uma das ferramentas reativadoras do processo de atendimento integralizado do Governo do Estado para a pesca artesanal é o crédito rural - acesso o qual, segundo especialistas da Emater, encontrava-se inativado à categoria no município fazia 13 anos, por conta de entraves burocráticos. 

Nesta sexta-feira, por meio de projetos elaborados pela Emater e apoio da Prefeitura, 50 chefes-de-família, entre homens e mulheres, assinarão contratos do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO) com o Banco do Brasil (BB)  para receber um total de mais de meio milhão de reais, a fim de renovar apetrechos, a exemplo de malhadeira. O ato solene realizar-se-á às 9h, na sede municipal da Emater, no bairro do Aningal. 

“A Emater não é apenas governo: aqui em Alenquer ela é amizade. A atenção que recebemos, as trocas de saberes, a valorização - tudo isso repercute em mais qualidade de vida, mais abastecimento alimentar, mais dignidade a todos. A Emater conhece, entende e ajuda a melhorar nossa realidade”, afirma o coordenador do Núcleo Conceição Rural, o pescador Arnaldo da Palma, de 49 anos. 

A expectativa é de que, nas próximas semanas, outros 80 projetos de crédito rural para pescadores artesanais sejam aprovados no trâmite do BB. 

De acordo com o chefe do escritório local da Emater em Alenquer, o técnico em agropecuária Waldomiro Yared, com a aquisição de novos utensílios, os pescadores devem aumentar a produtividade em 40%, de forma imediata. 

“Na prática, significa modernização, reforma, atualização tecnológica. Nós atuamos com mobilização, conscientização, caminho de informação e resultado concreto das políticas públicas”, diz.


Famílias

Os primos Janderson Simões, de 30 anos, e Rick Simões, de 24 anos, moradores da comunidade Cabeça do Cuipeua, pescam por semana cada um, em média, 400 quilos de peixe. Uma parte serve ao consumo dentro de casa e a outra é comercializada diretamente na vizinhança. 

Netos de pescadores, será a primeira vez em que ambos terão a oportunidade de crédito rural.

“Nossa, vai ajudar é muito. Sem palavras. O custo isolado, se a gente fosse comprar sem política pública, seria muito alto pra nossa dinâmica de faturamento e lucro”, calcula Janderson.

Rick, acostumado a pescar desde a infância, considera-se “enfim contemplado”: “Chegou nossa vez”, resume.