16 moradoras do território Bacá do Ipixuna receberam seus cadastros nacionais da agricultura familiar (cafs) por emissão do escritório local
14/06/2024 09h01 - Atualizada em 06/07/2024 01h38 Por Aline Miranda
Sob a orientação do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) e parceria com a Prefeitura, a iguaria com sabor amazônico é a principal aposta do grupo para ampliação de mercado, com vistas especiais à merenda escolar.
Mulheres
As mulheres Pimentel Souza fazem parte de um grupo de 16 outras mulheres quilombolas que esta semana receberam da Emater o cadastro nacional da agricultura familiar (caf), documento-base de reconhecimento de direitos e de acesso a políticas públicas para a agricultura familiar, inclusive contemplação de questões de gênero. A atividade de emissão de cafs consta como meta do subprojeto Apoio à Cidadania, à Educação e a à Cultura do Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Proater) 2024, na perspectiva do Plano Plurianual (PPA) do Governo do Estado.
Com o caf, as pequenas empreendedoras passam a usufruir de acesso a benefícios como crédito rural em nome próprio.
“Pra gente, é uma grande vitória. Ser mulher quilombola é um desafio. Não tínhamos apoio de ninguém, ninguém dava confiança. O suporte da Emater é magnífico, porque traz conhecimento tecnológico e experiência de gestão: como legalizar, como distribuir, como ter lucro. É uma mudança de visão e de situação, sempre pra melhor”, conta Benedita, a primogênita. Em união estável, ela e o companheiro trabalham também com plantio de mandioca e produção de farinha d´água, farinha de tapioca, goma de tapioca e “crueira” (amido de mandioca).
De acordo com diagnóstico prévio realizado pela equipe da Emater, as quilombolas beneficiadas agora têm entre 20 e 50 anos e apresentam baixa escolaridade. A maioria é casada e com filhos pequenos. Algumas são chefes-de-família. Além de agricultoras de enxada na mão, com labuta diária nas roças, elas confeccionam bolsas, com matéria-prima da vivência rural, e preparam comida à base de ingredientes regionais para vender.
“ São mulheres com força e coragem. Uma das nossas propostas é intermediar a formalização da organização social, a princípio de uma associação e, a posteriori, de uma cooperativa, o que vai facilitar sobremaneira o aspecto da comercialização. Ainda, prospectamos a possibilidade imediata de inserção individual no crédito da linha B do Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar] e no programa Fomento Rural [cooperação com o Governo Federal]”, contextualiza o chefe do escritório local da Emater em Gurupá, Ronnaldy Aislan Reis, técnico em aquicultura e gestor ambiental.